18 de out. de 2009

Relatório reflexivo – oficina 02(TP1) – Pactos de leitura e intertextualidade

A intertextualidade não é apenas uma questão ligada a que outros textos você se refere, e sim como você os usa, para que você os usa e, por fim, como você se posiciona enquanto escritor diante deles para elaborar seus próprios argumentos. As pessoas podem desenvolver maneiras sutis e complexas de elaborar as palavras dos outros. Estamos tão familiarizados com essas complexas performances intertextualidade, que dificilmente as percebemos. (Bazerman, 2004: 94)

Começamos a oficina fazendo a leitura de um texto chamado “Os cegos e o elefante”. Fiz a leitura sozinha, no primeiro momento, logo após um momento de silêncio, a leitura foi feita alternando os leitores por parágrafo. As reflexões foram boas (além da minha expectativa) e alguns professores fizeram referência a outros textos com conteúdo parecidos (intertextualidade). Após as reflexões recolhi os textos.
Fizemos também uma avaliação em relação ao conteúdo das unidades 3 e 4 da Tp1. Pudi verificar, que os conteúdos dessa Tp, foram (segundo os cursistas) bons, no que se refere do desenvolvimento da escrita e leitura de seus alunos. Uma professora explicou que numa turma de 8ª serie, em que aplicou o avançando na prática da página 102 foi um excelente trabalho de oralidade e escrita, principalmente, o momento de reescrita do texto. Ela percebeu também que houve um avanço tanto na escrita, como na leitura, e foi mais uma professora, a elogiar as atividades do Gestar II, pois conseguem, segundo os cursistas envolver os alunos mais dispersos.
Em outro momento devolvi o texto “Os cegos e o elefante” e pedi aos cursistas que criassem um novo texto, com o gênero que desejassem, contanto que fizessem intertextualidade com o texto refletido no início da oficina. Cada professor desenvolveu um gênero (publicidade, paródia, carta, etc.). Como já havíamos estudado na unidade 4 (Tp1), os cursistas concordaram que a intertextualidade é uma conversa entre textos.
Segundo Bazerman (2004:84)(...) quase todas as palavras e frases que nós usamos, nós já ouvimos antes. Nossa originalidade e nossa habilidade como escritores advêm das novas maneiras como juntamos essas palavras para se adequarem a situações especificas, às nossas necessidades e aos nossos propósitos, mas sempre precisamos de um acervo linguístico comum que compartilhamos uns com os outros.
Para finalizar a oficina fiz uma breve avaliação sobre o avançando na prática, que desta vez foi escolhido o da página 144, por unanimidade. Duas professoras relataram que essa atividade foi bem planejada e ao utilizá-la em sala de aula, perceber que seus alunos (grande parte), já consegue com grande habilidade reconhece alguns gêneros textuais e escrevê-la sem as dificuldades que apresentavam antes.
Encerramos a oficina fazendo a apresentação da charge de Quino (cartunista) que está na página 147 da Tp1 e discutimos também sobre o desenho que trazia a charge (Carlitos) e foi nesse momento que percebi que professores com idade mais jovem não conheciam o filme que deu origem a mesma. Então, exibi a cena do filme Em busca do ouro de Chaplin.
A cada dia percebo que os professores têm mostrado interesse nas atividades solicitadas pois, segundo eles mesmos, essas atividades tem ajudado no desenvolvimento da escrita de seus alunos.
Formadora - Alcione Rodrigues

16 de out. de 2009

Relatório reflexivo da oficína nº1 (TP1)

Iniciamos a oficina nº 1 do segundo momento do Gestar II, conversando sobre as dúvidas em relação aos projetos que estão sendo desenvolvidos pelos professores. Há alguns que estão sentindo dificuldades em aplicar o projeto por falta de apoio de alguns colegas e, às vezes gestores.
Logo após as discussões sobre o andamento dos projetos fizemos a leitura do texto “Gosto muito de ocê”. Percebi que os professores gostaram do texto e duas professoras chamaram a atenção sobre o “abuso” do diminutivo. Apresentei também um vídeo que foi exibido há algum tempo no Jornal Hoje (TV Globo) Dicionário mineirês. A sua exibição veio facilitar a compreensão do estudo sobre variação linguística junto ao texto que foi apresentado anteriormente.
A turma foi dividida por duplas que comentaram sobre a linguagem utilizada no cotidiano dos seus alunos, após a elaboração de pelo menos dez palavras, com seus significados, criaram um dicionário queo chamaramde “Teen”.
Com o dicionário pronto cada dupla escolheu duas palavras e criaram um texto oral narrando um acontecimento em sala de aula. Logo após, com esse mesmo conteúdo, escreveram o texto em linguagem culta.
Foi uma atividade bastante divertida e interessante, pois a partir dela pode ser verificado as duas modalidades da língua - a oral e a escrita - e perceberam a importância de cada uma.
Para finalizar as oficinas os professores relataram o resultado da atividade do avançando na prática que cada um livremente escolheu. Uma professora falou que durante a atividade do avançando na prática pode verificar, e ficou feliz, que seus alunos demonstraram progresso quanto à leitura e que as atividades incentivadas pelo Gestar II têm ajudado bastante seus alunos, tanto na escrita quanto na leitura, e principalmente conseguiu chamar a atenção e a participação dos alunos que eram considerados apáticos e desinteressados.
Dicionário TEEN

A
Alma sebosa - Pessoa de má índole.
B
Bagaçar - Cair na farra
Bagulho - Droga
Beleza !!! - Tudo certo!!!
Bolado - Preocupado
Bora vê? - Cuidado

C
Caça rato - Menina que se relaciona com todo tipo de garoto (a)
Cachorra - Menina sem moral, safada
Cai fora -Vai embora sai.
Canecão - Homossexual
Caô - Mentira
Chegado - Pessoa amiga
Cocó - Emboscada
Comédia - Pessoa que não cumpre palavra.
Coxinha - Pessoa dissimulada, falsa.
D
Dar o ganho - Pegar algo que não lhe pertence
Deixa de onda - Deixe de invenção
Derrubado (a) - Feio (a), mal arrumado (a), muito cansado (a)
Dezanda - Vai embora, sai daqui.
Doideira - Situação confusa

E
É a treva - Deu problema, gente ruim
E aí mano? - Como vai? Tudo bem?
E ai? - Oi , olá
È babado - Fofoca boa, problema sério (babado forte)
É da hora - É muito bom, é moderno.
É limpeza - Gente boa
É nenhuma - Tudo bem
É nóis mano!!! - Estou com você. Estamos juntos.
É o bicho! - É bom, é interessante.
Embaçar - Atrapalhar

F
Ficar - Beijar, abraçar sem compromisso
Ficou de graça - Se saiu mal
Fique frio! - Acalme-se
Fique peixe - Fique tranqüilo.
Foi mal! - Desculpe
Fuleragem - Covardia

G
Galeroso - Menino que briga na rua
L
Lavra - Vai embora, sai.
Lombrado - Drogado
M
Me garanto - Eu assumo, eu aguento
Meu irmão - Meu amigo
Morgô - Perdeu a graça

N
Nóiado - Drogado, preocupado
O
O bicho vai pegar - Vai dar problema, vai ser bom (em shows)
Os home - A policia
Otário (a) - Bobo(a), abestalhado (a)
P
Paloso - Pessoas que mentem
Parada - Problema, esquema de roubo.
Perua - Mulher vulgar
Piriguete - Menina vulgar

Q
Que parada é essa? - Qual é o assunto?
R
Raposa - Menina que se relaciona com muitos garotos
S
Sinistro - É emocionante, é perigoso, dá medo.
T
Tá estressada? - Está nervosa?
Tá valendo! - É assim, não é?
Tchau pro louro - Fica como está, está acabado,encerrado o assunto.
Te liga! - Fique atento
Tipo assim... - É desse jeito...
Tô Bege - Pasmo (a)
Tô nessa - Quero participar, vou participar
Tô rosa chiclete! - Pasmo (a)
Tô Roxo(a) batata - Espantado (a)
Total flex - Bissexual
Treta - Confusão, armação, silada
V
Vacilão - Pessoa que não cumpre palavra, entrega o comparsa.
X
X nove - Delator, fofoqueiro
Formadora - Alcione Rodrigues

Avaliação de uma cursista sobre a 1ªetapa do Gestar II

O primeiro período do Curso Gestar II expôs trabalhos envolventes, pois estes apesar de já serem vivenciados por nós, professores cursistas, as trocas de experiência é que se tem como singular. A partir das questões levantadas, relatamos experiências vivenciadas, seja com sucesso ou não. Aceitamos algumas, colocamos em prática; tornando assim, o tempo utilizado para as atividades, algumas vezes, curto, porém muito rico.
O nosso relacionamento, tanto entre os professores cursistas quanto com o professor formador, é muito profissional. Isto é, o compromisso do grupo é real, buscamos inovações, informações, trocas de ideias. Com isso, observa-se uma relação de troca, e não, de soberba.
Contudo, percebo que minha atuação como professora cursista, também está sendo de busca. Principalmente, porque me acho inexperiente, pois só estou há dois anos e meio lecionando. Por isso, a princípio o interesse pelo curso, e agora, ansiosa em ouvir os relatos dos colegas, as trocas de experiência, que tanto enriquece.
Professora Cursista: Renata Cândido

Conectivos

Um texto é um encadeamento de frases. Para que haja esse encadeamento, é preciso usar elementos de ligação chamados de “conectivos”. Em geral, os conectivos são conjunções e preposições. Saber quando e como usar o conectivo certo é muito importante, pois a habilidade de escrever bem está relacionada a essa capacidade.
Infelizmente poucos sabem empregar corretamente os conectivos. Por isso é comum escutarmos frases como “O jogo onde nosso time jogou bem”. Ora, “onde” é um conectivo usado exclusivamente para se referir a lugar físico: “A região onde chove muito”. Se assim não for, usar-se “em que”, “no qual”, como nas seguintes frases: “O jogo em que nosso time jogou bem”; “No discurso em que...”; “O panfleto em que...”; “Eram dois discos nos quais...”; “A declaração em que...”; “A idéia em que...”; “Palavras em que...”; “Um filme em que...”;” O pensamento em que...”
O pior é que, quando é para ser usar “onde”, empregam outro conectivo: “A empresa que eu trabalho”. Típico exemplo de frase malformulada, pois o conectivo era para ser outro. Como há relação de lugar, em vez de “que”, era para estar “onde”; “A empresa onde eu trabalho”.
Lutibergue, Laercio (Jornal do Comércio)

5 de set. de 2009

Oficina 10 - TP5

No primeiro momento da oficina conversamos sobre as atividades do avançando na prática escolhido pelos cursistas para ser aplicado com seus alunos.
Alguns professores voltaram a queixar-se da falta de tempo para elaboração e acompanhamento das atividades. Outros já afirmaram que tiveram êxito. Considero esse momento sempre importante, pois os professores conseguem expor suas alegrias, angústias e expectativas em relação aos encontros e atividades.
Logo após esse momento, foi feita a leitura do texto “Mudanças” de Clarice Lispector, que já foi lido em momento anterior, mas se fez necessário utilizá-lo nesse momento. Alguns professores fizeram suas reflexões a respeito do mesmo, comparando-o com a sua vida pessoal e profissional.
Para iniciar a atividade da oficina distribui números equivalentes a quantidade de participantes e fiz um sorteio em ordem crescente. Cada professor escolheu duas gravuras que foram retiradas de revistas e jornais e, a partir desses materiais deveriam construir um texto narrativo através das linguagens verbal e não verbal, usando conectivos de coesão, de forma que o texto ficasse coerente.
Os cursistas perceberam que era necessário ter atenção na construção textual para não cometer erros de coerência. O texto foi reescrito várias vezes e assim perceberam a importância dos conectivos de coesão na formação da lógica do texto.
Em outro momento dediquei alguns minutos para conversar com os professores sobre os portfólios, pois alguns ainda apresentaram dúvidas quanto a sua organização. Outros, explicaram como estavam desenvolvendo seus projetos.
Para finalizar, avaliamos a primeira etapa do Gestar (TP3, TP4, TP5) e todos afirmaram que os encontros têm colaborado para sua formação profissional e estão se sentindo mais seguros e produtivos.

A DOR DE ISIS

No dia 12 de agosto recebi uma notícia que me comoveu bastante. Fui comunicada que uma professora tinha perdido sua única filha (Ingrid), pois a menina sofreu uma descarga elétrica e não resistiu.
Isis (mãe da garota) é professora cursista da minha turma do Gestar II (Polo Paulista) e junto com seu esposo sofreu essa grande perda.
Representantes da nossa turma foram ao velório partilhar com Isis dessa forte dor. Ingrid, como todos afirmavam era uma menina feliz, inteligente e amada, principalmente pelos seus pais. Porém, chegou a hora de sua partida. Creio que ela contribuiu para a felicidade dos seus pais e continuará velando por eles no céu.
À Isis, a paz de Deus, nosso Pai. Que o Senhor preencha o vazio em que se encontra o seu coração o mais breve possível para que ela (Isis) possa nos alegrar com a sua presença viva.

Brigar com Deus

(Falado)
Esta canção é para os pais que já perderam um filho, e por isso, brigaram com Deus.
Eu não tenho respostas prontas para essa dor!
Há feridas que não se curam com pomadas, mas com o tempo.
Para eles, que continuam zangados com Deus esta canção!
Admito que eu já duvidei,
Depois daquela morte repentina num farol,
Depois que dos meus olhos Deus levou a luz do sol,
Depois daquela perda sem aviso e sem sentido,
Admito que eu já duvidei.
Admito que eu briguei com Deus porque não respondeu

Quando eu Lhe perguntei porquê;
Ele, que tudo sabe, tudo pode, tudo vê,
Parece que não viu, nem me escutou lá no hospital.
Admito que eu fiquei de mal!
Doeu demais e, quando dói do jeito que doeu,

A gente chora, grita e urra e põe pra fora aquela dor.
E desafia o Criador e quem se mete a defendê-lo.
Comigo não foi diferente do que foi com tanta gente
Que perdeu algum amor.
Briguei com Deus, briguei com Deus

E se eu briguei foi por saber que Deus ouvia.
Admito que eu me revoltei;

Onde é que estava Deus com Seu imenso amor?
Se Deus é amoroso, então por que deixou?
Por que tinha que ser do jeito que foi?
Admito que eu O desafiei,
Admito que eu O desafiei,por não achar sentido no que Deus me fez;

E nem me perguntei porque será que o fez.
Briguei com quem levara alguém que eu tanto amei!
Admito que eu já blasfemei.
Doeu demais e, quando dói do jeito que doeu.

A gente chora e grita e urra, e põe prá fora aquela dor.
E desafia o Criador e quem se mete a defendê-Lo.
Comigo não foi diferente do que foi com tanta gente
Que perdeu algum amor.
Briguei com Deus, briguei com Deus
Briguei com Deus, mas acabei no colo Dele.
Admito que voltei pra Deus.

E até nem sei dizer porque foi que voltei.
Eu acho que voltei porque não me calei.
Voltei porque, talvez, não sei viver sem crer.
Admito que voltei pra Deus.
Admito que ainda creio em Deus,

Mas tenho mil perguntas a doer em mim.
Eu tenho mil perguntas para Lhe fazer.
Espero que Ele um dia queira responder!
Ele sabe o que é que eu penso dele. (3x)

Oficina 09 - TP5

Antes de iniciar a oficina nº09 da TP5 em que estudamos as unidades 17 e 18, conversamos sobre o avançando na prática que cada cursista trabalhou com seus alunos em sala de aula.
Para começar os trabalhos a sala foi dividida em três grupos. Cada equipe recebeu um texto diferente,escrito de forma desorganizada. As equipes teriam então,que organizar as idéias e reescrever o texto de forma coerente.
Foi uma atividade bastante interessante, pois embora parecesse fácil, aos poucos, os professores foram percebendo que a mesma necessitava de uma atenção especial para que o texto não apresentasse erro de coerência.
Ao terminar a oficina fizemos uma avaliação da atividade proposta que foi bem aceita por todos que a achou bastante interessante.Depois da avaliação entreguei aos cursistas outros textos para apreciação e expliquei também que poderiam aplicar a mesma atividade com seus alunos.
Numa conversa final, que geralmente tenho com a turma, alguns professores queixaram-se da quantidade de atividade, pois arguiram a falta de tempo, já que alguns estão cursando a pós-graduação. Devido esses questionamentos mostrei para o grupo o quanto é importante a formação para nós professores e como somos uma turma coesa, um colega ajuda o outro e assim vamos caminhando.


Exemplo de um dos textos trabalhados em grupo
Grupo 4


Os fragmentos seguintes tratam de cinco cenas diferentes, que compõem uma história. Enumere os fragmentos na seqüência que você julgar correta e depois copie o texto na seqüência obtida.
Agradecida, nada! A cobra, já recuperada, recebeu o homem de bote armado, em atitude tão ameaçadora que ele exclamou:
— Ah, é assim que Você paga o bem que te fiz? Então espera só pra ver...
Tomou a cobra nas mãos, conchegou—a ao peito e trouxe—a para casa. Lá pôs a cobra perto do fogão.
— Fica aqui em paz até que eu volte do serviço à noite. Então te darei um ratinho para comer.
E saiu.
Um dia, certo homem de bom coração encontrou na estrada uma cobra tremendo de frio.
— Coitadinha! Se fica por aqui ao relento, morre gelada.
E a matou com uma paulada.
De noite, ao regressar, veio pelo caminho imaginando como a cobra estaria alegre.
— Coitadinha! Vai ficar tão agradecida...
(Adaptação de O homem e a cobra, em Fábulas, de Monteiro Lobato)

Alcione Rodrigues - Formadora